Somos seres imagéticos.
Tornamo-nos automatizados. Perdemos aquela perplexidade diante das novidades
tecnológicas. Tudo é tão normal e no que beira o impossível, imaginamos logo: “o
computador faz”. Nem sequer paramos para refletir como a tecnologia pode
simular e representar por imagens tão minúsculas e incapazes de serem
reproduzidas pela mão humana como são os feixes de luz e as partes voláteis. A imagem
de TV ou filme impactava e mostrava a aceleração do tempo dando uma noção de
como os momentos mais longos são feitos por ‘instantes’ que se sobrepõem ou
infinitas partes que se juntam. Esta simulação pelas imagens nos faz
compreender que somos um todo formado por partes que por sua vez formam um todo
complexo e infinito.
Inúmeras imagens para formar
um instante, uma ação. Assim víamos as cenas passarem no quadrado das telinhas.
As telas de Pontilhismo já prenunciavam os pixels que formam as imagens digitais
e as do Cubismo com seus vários pontos de vista (de fuga) também apontavam para
o desejo de uma selfie. Clic! Zoom... E agora as imagens servem de analogia para a nossa
pedagogia de todo dia que deve ser assim, não uma simulação, mas 'estruturante da
realidade'.
Esta geração digital executa
diversas ações de forma autómata, desafiando o tempo e o espaço, sem nenhum
estranhamento ou perplexidade pelas novidades que surgem. Apenas o fazem!
Pronto. Tá explicado: é o tal de hibridismo. Não precisa entender o que está
por trás dos feixes de luz. Nem saber como as telas ainda em preto e branco das
TVs teimavam em mostrar as linhas e colunas que marcavam o gráfico das imagens.
Nem imaginar que para fazer um ponto luminoso piscar na tela de um computador precisava
o programa dizer a que grade vertival/horizontal ele correspondia na tela.
Sentimo-nos como as “Donas Bentas” das memórias pois vibrávamos, quando um
CP500 correspondia a nossos anseios e fazia
piscar um coração verde na tela escura.
Hoje os programas imitam a
arte e a vida. Será que esta geração terá dificuldade em compreender os
processos por não tê-los acompanhado? Haverá uma estagnação pela sensação de
não haver mais o que inventar? Ou a ciência dará uma guinada e chegará a
descobertas “que o olho não viu, nem a mente humana imaginou”? Fiquemos com a segunda
possibilidade devido à grande carga de estímulos dada aos neurônios juvenis e ao
cooperativismo das idéias. Clic! Eis os novos gênios!
cabe à educação formar a juventude para compreender esses processos...
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