Enquanto
a geração anterior (a do indicador) subutilizavam seus polegares apenas para acionar uma barra de espaço numa máquina
de datilografia, estes novos ser humaninhos detém o poder através seus polegares, (embora alguns ainda se deram conta não disso) pensam
ganhar o mundo... Em instantes eles
articulam passeatas em manifestação contra o último ato de violência ocorrido
na escola ou que atingiu algum colega. Rapidamente
se comunicam e logo saem às ruas e assim tornam-se visíveis como nunca antes
havia ocorrido. Esta é a geração da comunicação, do ‘ver para crer’ da qual tudo que vem pela
telinha portátil é que se constitui como ‘a verdade’, numa rapidez
inacreditável:. “Eu já sei...eu vi” são
suas respostas mais comuns.
Alunos
capazes de construir sua própria história, não são mais passivos ou ‘apenas
ouvidos sem boca’ como quando tinham apenas as mídias de massa. Agora se tornam
autores de suas vidas no sentido que escolhem o que desejam aprender, agora são
repórteres de sua rua, produtores de vídeos da sua comunidade, articuladores
de movimentos coletivos e formadores de
opinião, surgem como líderes diversos: os mais acessados... os mais vistos... os
mais comentados.
Tornam-se
detentores do saber comunicacional, mas só precisam estar conscientes do poder
que agora têm nas mãos ou, melhor dizendo, nos polegares. Como não tem mais a
mesma relação com o mundo, sua trajetória escolar pode ser desencorajadora e
conflituosa se os professores, aqueles antes considerados únicos transmissores
de conhecimento, não se atualizam pra falar a mesma língua, num necessário
processo de babel invertida. Não posso
concordar com os que os rotulam como de ‘cabeça vazia’, mas concordo que precisam
de uma ‘cabeça bem feita’, aberta as novidades trazidas pelos seus dedos
velozes conectados à rede...
É
fato que a escola tornou-se espaços
heterogêneos e que a rede agora permite uma coletividade sem fronteiras, com
acessos a todas as pessoas, lugares e saberes. Sem dúvida que miniaturização das tecnologias
permitiu o acesso simultâneo qualquer lugar de todas as mídias, num hibridismo
de rádio, TV, cinema, e que foram reinventadas novas formas de saber - num
reforço constante da oralidade e expansão da escrita e leitura através dos
links e hipertextos - nunca antes vistas desde a invenção da imprensa.
Quando,
como e o que fazer para acompanhar seu ritmo, ao menos tentar compreender este
fenômeno em que o aluno se tornou mais que um autodidata, um superdotado, pois agora
é multitarefa (faz diversas coisas ao mesmo tempo)? A estratégia é o desvendar de
um mundo em que se volta para a solidariedade como caminho possível. Partilhar conhecimentos
na sala de aula, dar voz e vez aos alunos... Quando? Agora! É pra já. PRO EJA
(pelos Jovens e Adultos).
Por uma
professora-estudante com os polegarzitos em casa, de férias...
Nenhum comentário:
Postar um comentário