terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A GERAÇÃO DO VER PRA CRER

UMA NOVA FORMA DE VER E DE PODER

                Enquanto a geração anterior (a do indicador) subutilizavam  seus polegares apenas  para acionar uma barra de espaço numa máquina de datilografia, estes novos ser humaninhos detém  o poder através  seus polegares, (embora  alguns ainda se deram conta não disso) pensam ganhar o mundo...  Em instantes eles articulam passeatas em manifestação contra o último ato de violência ocorrido na escola ou  que atingiu algum colega. Rapidamente se comunicam e logo saem às ruas e assim tornam-se visíveis como nunca antes havia ocorrido. Esta é a geração da comunicação,  do ‘ver para crer’ da qual tudo que vem pela telinha portátil é que se constitui como ‘a verdade’, numa rapidez inacreditável:. “Eu  já sei...eu vi” são suas respostas mais comuns.
                Alunos capazes de construir sua própria história, não são mais passivos ou ‘apenas ouvidos sem boca’ como quando tinham apenas as mídias de massa. Agora se tornam autores de suas vidas no sentido que escolhem o que desejam aprender, agora são repórteres de sua rua, produtores de vídeos da sua comunidade, articuladores de  movimentos coletivos e formadores de opinião, surgem como líderes diversos: os mais acessados... os mais vistos... os mais comentados.
                Tornam-se detentores do saber comunicacional, mas só precisam estar conscientes do poder que agora têm nas mãos ou, melhor dizendo, nos polegares. Como não tem mais a mesma relação com o mundo, sua trajetória escolar pode ser desencorajadora e conflituosa se os professores, aqueles antes considerados únicos transmissores de conhecimento, não se atualizam pra falar a mesma língua, num necessário processo de babel invertida.  Não posso concordar com os que os rotulam como de ‘cabeça vazia’, mas concordo que precisam de uma ‘cabeça bem feita’, aberta as novidades trazidas pelos seus dedos velozes conectados à rede...
                É fato que a escola  tornou-se espaços heterogêneos e que a rede agora permite uma coletividade sem fronteiras, com acessos a todas as pessoas, lugares e saberes.  Sem dúvida que miniaturização das tecnologias permitiu o acesso simultâneo qualquer lugar de todas as mídias, num hibridismo de rádio, TV, cinema, e que foram reinventadas novas formas de saber - num reforço constante da oralidade e expansão da escrita e leitura através dos links e hipertextos - nunca antes vistas desde a invenção da imprensa. 
                Quando, como e o que fazer para acompanhar seu ritmo, ao menos tentar compreender este fenômeno em que o aluno se tornou mais que um autodidata, um superdotado, pois agora é multitarefa (faz diversas coisas ao mesmo tempo)? A estratégia é o desvendar de um mundo em que se volta para a solidariedade como caminho possível. Partilhar conhecimentos na sala de aula, dar voz e vez aos alunos... Quando? Agora! É pra já. PRO EJA (pelos Jovens e Adultos).

                                                                                Por uma professora-estudante com os polegarzitos em casa, de férias...    

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